Vejo nos olhos ternura
Logo meu coração derrete
É como se eu visse carência
Afetos exigidos que quase
sempre deixamos de dar.
Amar ainda é a melhor coisa
Amamos de vários modos, mas...
tem que existir a certeza no olhar,
se não... não há trânsito.
Amamos por vezes baseados em palavras
e estas quase sempre se dissolvem no vento
que insiste em levar os significados
para longe, na terra do esquecimento.
Amar ainda é a melhor coisa
Porque dele tiramos alegria
Visíveis aos nossos lábios,
eterno no nosso ser.
Entre olhares seguimos vivendo
Repressivos ou expressivos?
Por isso é que fixo neles
Eles dizem o que a alma sente.
Se estamos tristes as gotas os revelam
Se estamos contentes, brilham
Se estamos pensativos são neutros
Porque estão enxergando apenas pensamentos.
E as cores? Ah! as cores
Dão o brilho ao que é real
Pois são simplesmente a estética humana.
Pretos, castanhos, azuis ou verdes
O que importa? A sua beleza dependerá
da intensidade de nossos sentimentos
a cada segundo vivido.
Como se fosse um jogo
Eles se cravam um no outro
Pedindo, chamando, comunicando canções
tudo bem, estou pronto, venha...
Expreessando-se
Suaves ou rudes
Singelos ou ingênuos
doces ou ternos
depende só do peso de nossas almas
(Ivan Leite - Santo André - 20 de maio de 1985 - 13h45min - outono)
(*) Poema publicado originariamente na 1a. Revista de Letras da Fundação Santo André em 1985
Um comentário:
Nossa, que lindo poema! Não sabia dessa sua veia poética... precisa escrever mais, se já não o fez!
Como você mesmo sugere a sua mãe, escreve Ivan... escreve,rsrsrs!!!
Parabéns o blog está cada vez melhor. Um abraço, Luh♥
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