Enfrentando o Futuro Com Coragem - I

Capa do Caderno de anotações - Colagem - Desenvolvimento Humano
Ivan Leite - julho/2007

Mainumby II - 2007

Enfrentando o Futuro com Coragem é um Programa para desenvolvimento de jovens e é fundamentado na Antroposofia, que por sua vez embasa a Pedagogia Waldorf. Este Programa  foi aplicado aos participantes do Mainumby II em 2007 no período de 28.07 à 08.12.2007 na Associação Comunitária Monte Azul e pretendeu ser uma contribuição significativa na vida dos participantes, no sentido de
ganharem condições de fazer suas escolhas, conscientes de si em seu meio social, pelo resgate da autoestima.

Este Programa teve origem na África do Sul em 1988 e foi aplicado por David Liknaitzky para fazer frente à problemática de exclusão social após "apartheid" do país. No Brasil foi trazido por Maria Angélica Carneiro, que o aplicou com uma equipe de consultores antroposóficos na primeira turma na FEBEM de Porto Alegre.

Pode-se trabalhar com todo 3o. setênio e seu cronograma foi:

1- O Ser Humano e os reinos da natureza;

2- Aprendendo a aprender;

3- Trabalhando as emoções;

4- Relacionamentos;

5- pesquisa comunitária;

6- Autoconfiança;

7- Iniciando um empreendimento;

8- Procurando emprego;

9- Planejando o futuro com coragem.

Eu (3o. da direita para esquerda) me preparando para ler o texto que fiz para o encerramento do
 Programa: Enfrentando o Futuro Com Coragem - Teatro Monte Azul - 23.11.2007

O FUTURO NA AÇÃO DO PASSO

                                                                                                                            
                                                                                                                                                Ivan Leite

         Como um bom professor de português, não resisto a tentação de analisar a frase: Enfrentando o futuro com coragem. São cinco palavras que, no conjunto, dão nome aos 9 encontros que o grupo de interesse do 3^º setênio participou neste último semestre.

         A primeira palavra: “enfrentando” vem do verbo enfrentar, que significa: “encarar de frente; fazer frente a ...” e por  estar no gerúndio, dá a idéia de ação contínua. A Segunda o “o” é um artigo definido e a terceira “futuro” é um substantivo, que significa: “existência que está por vir..., tempo que virá...”, por estar precedida pelo artigo definido “o”, concluímos que não se trata de um futuro qualquer, mas aquele que encaramos continuamente todos os dias..., o nosso futuro. A quarta palavra é o “com” uma preposição que traz em si a idéia de “companhia” e a última “coragem” é um substantivo que significa: “força moral diante de situações perigosas ou difíceis, bravura, destemor... ou, atitude firme e perseverante no enfrentamento de situações emocionalmente difíceis... ou, grandeza de espírito, dignidade, nobreza”. As duas palavras: “com” e “coragem” formam uma locução adverbial de modo que nos leva a concluir que o único modo de enfrentar o futuro é com coragem.

         E é com grandeza de espírito que gostaria de deixar registrado neste relato aquilo que pude perceber, sentir e aprender na convivência com as coordenadoras: Raquel e Rosa e com os meus colegas de curso nesses últimos meses.

         Mas a pergunta é: como resumir nove módulos em algumas laudas sem ser cansativo? Pois sintetizar, num discurso escrito, tantas dinâmicas e tantos depoimentos grandiosos que presenciei seria uma tarefa difícil, então, para ser didático, resolvi organizar o texto em três partes: o eu, o tu e o nós.

         Começo pelo “tu” ou você, que é a forma que usamos no dia-a-dia. Esse “tu” não é nada mais que o “outro”, aquele que insistimos em prejulgar, julgar e, às vezes, fazer de conta que não existe, e isso..., bem antes mesmo de entrar em contato com ele. Nesse curso, dois “tus” em especiais: Raquel e Rosa, e mais outros: cada um dos colegas que convivi. Todos me proporcionaram perceber, sentir e aprender tantas coisas que hoje posso dizer que tenho um “eu” renovado, mais forte e mais confiante.

         Cada “tu” trazia suas diferenças: de idade, de gênio, de objetivos, de procura pessoal, de timidez, de desenvoltura, de ser mulher, de ser homem e de ser carinhoso em relação a todos.

         Juntos fizemos um grupo, ou seja, construímos um “nós”. Fomos coesos e cooperativos como deveríamos ser entre pessoas que procuram o crescimento pessoal pensando no bem coletivo, se é que posso falar de mim em nome de todos.

         Participar das atividades em grupo me fez perceber como as pessoas pensam e fazem para chegar a soluções de uma mesma proposta. O grupo me fez aprender que o meu problema não é tão mais grave se comparado a outros problemas. O grupo me fez sentir aceito, admirado, confiante e respeitado pela minha individualidade, ou seja, pelo que sou.

         Participar dos encontros do Enfrentando o futuro com coragem me exigiu, de pronto, a superação de uma angústia, ou seja, escolher entre o grupo de interesse do 2^º setênio coordenado pela Ivete e o grupo de interesse do 3^º setênio pelo qual escolhi. Embora tenha aprendido muito com a Ivete nos semestres passados, escolher o Enfrentando o futuro com coragem me proporcionou uma mexida interior maior, pois alguns módulos foram tão marcantes intimamente que eu pude encontrar em lembranças, que nunca pensara ser significantes, ligações com o que sou, como decido e como ajo no presente. Participar do Enfrentando o futuro com coragem me deu a oportunidade de conviver com colegas maravilhosos e com duas coordenadoras brilhantes que tenho certeza aprenderam conosco e souberam ter respeito, liderança e compaixão em relação aos nossos altos e baixos que na maioria dos módulos ficaram nos altos.

          Participar do Enfrentando o futuro com coragem me fez aprender muitas coisas, mas uma ficou marcada em especial: o futuro está na ação corajosa do primeiro passo.

 Ivan leite – 23 de novembro de 2007

Coordenadoras do Programa: Rosa (esquerda) e Raquel
Na mão da Rosa uma estrela de oito pontas em dobraduras feita por mim e na mão da Raquel chocolates
08.12.2007

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