quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Diário de Bordo: o porquê e o que pretende

Ivan Leite

A primeira vez que a palavra: Diário de Bordo apareceu na minha vida foi num programa de televisão dos anos 70/80 chamado Jornada nas Estrelas, o “Star Trek”. Era um seriado de ficção científica que mostrava as viagens intergalácticas da nave espacial “Enterprise”, que tinha o objetivo de descobrir novos rumos novas civilizações. Esse navio flutuante era comandado pelo capitão Kirk, que no início de cada episódio, sentado em sua poltrona de piloto, gravava: “diário de bordo data estelar... tal e tal...” e relatava os objetivos da sua missão e o rumo a seguir. No final, depois de passadas todas as situações conflitosas, deixava registrado nele os resultados das missões, que quase sempre eram bem sucedidas.


A segunda vez apareceu em um material didático que usei em uma Videoconferência que falava sobre crônica. As oficinas, divididas em módulos, eram apresentadas, cada uma, por um diário de bordo, ou seja, o mesmo nome usado pelo capitão Kirk nos seriados de TV. Neles estavam registrados os objetivos, o tema e um espaço para fazermos as anotações. Desde então, me aproveitando da ideia prática deste instrumento, tenho um caderno brochura em que anoto todos os tipos de informações referentes à minha atuação como professor de língua portuguesa.

Essa necessidade de registrar é uma prática que tenho desde 1981, quando adquiri minha primeira agenda e nela anotava, colava e transcrevia tudo que eu achava interessante, bonito e significativo para mim. Hoje me pergunto: - por que faço isso? Eu respondo: - acho que para exercer o controle sobre o tempo, esse que é o grande construtor do ser humano.

Nos dicionários, a expressão diário de bordo é definida como: “caderno redigido pelo comandante, relatando a viagem que ora realiza.” Pedagogicamente é um espaço onde se registram as atividades, reflexões e comentários sobre o modo como o processo de trabalho se desenvolve no dia a dia do professor. Ele tem a vantagem de documentar, organizar reflexões pessoais, ajudar a fazer autoavaliação ao longo do desenvolvimento de projetos, promove hábitos de reflexão crítica e dá ao professor uma perspectiva do trabalho desenvolvido.

É o que pretende este blog, postar o dia a dia de um professor de Língua Portuguesa interessado em refletir sobre ensino-aprendizagem para estar mais consciente da sua missão. Como timoneiro deste espaço, espero levar as pessoas “a bordo” para portos mais firmes.

Santo André, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 - 20h09min (verão)

2 comentários:

Prof. Joaquim Luiz Nogueira disse...

Parece que a jornada nas estrelas (filme) tem certa semelhança com o cotidiano escolar, pois cada dia que passamos, temos novas aventuras e por mais registro que tenhamos, estamos sempre diante do acaso.

catléia disse...

Parabéns, Ivan, por estes dois anos e pelos muitos que virão. Muito sucesso! Que bela reflexão esta sua, fazendo este elo entre o filme, que marcou a infância de muitos de nós, e a prática do Professor.