sexta-feira, 23 de julho de 2010

Na dúvida, dicionário...



Ivan Leite

É inacreditável que a leitura de uma palavra numa crônica jornalística possa causar um estranhamento repentino e nos deixar com tanta dúvida. Na Crônica do Ferreira Gullar do dia 17.01.2010 na Folha de São Paulo, intitulada “Dois mais dois: cinco”, ele está escrevendo sobre Oswald de Andrade... Quando, de repente, leio a frase: “Os concretistas o resgataram
do olvido e o tornou um nome atual de nossa literatura,...”. Olvido... Olvido... Estranhei a palavra e perguntei a mim mesmo: “Será erro de digitação?”... “Será a parte do corpo que nos ajuda a escutar?”... Não... Não poderia ser, está com “L”... Então, cliquei o meu Dicionário Eletrônico Aurélio e digitei: olvidar. Sabia!!!... Não era escutar... Mas esquecer. Ferreira Gullar estava querendo dizer que os concretistas tiraram Oswald de Andrade do esquecimento.
Quando leio textos escritos dos alunos para corrigi-los acontece algo parecido. Ás vezes deparo-me com uma mesma palavra escrita várias vezes de forma incorreta. A leitura repetida delas me obriga a recorrer ao dicionário para confirmar o modo de escrevê-la, isso porque o contato com a palavra errada, repetidas vezes, faz com que eu fique em dúvida e me obrigue a recorrer ao dicionário para confirmar aquilo que já sei.
O dicionário é um recurso vivo da língua e tanto no primeiro caso, quanto no segundo, pesquisá-lo é uma ação necessária, uma para aprender, a outra para confirmar o que já se sabe.

Santo André - sexta-feira - 23 de julho de 2010 – Inverno - 19h51min.

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