Ivan Leite
Lembro-me de certa vez ter assistido ao final do filme “Fahrenheit 451” na televisão. As roupas
das personagens, as músicas, o clima futurista e a temática: bombeiros pondo
fogo em livros me deixaram curioso por assisti-lo por inteiro.
Passado alguns anos, eis que o encontro no acervo da escola
em que dou aulas. Minha alegria foi tanta que corri até a Coordenação e o
emprestei para assisti-lo quando tivesse um tempo. Hoje eu o vi por inteiro.
“Fahrenheit 451” foi um sucesso nos meados dos anos 60 e foi
interessante perceber as diferenças enormes do modo de filmar da época com o
nosso 3D atual.
Foi interessante, também, comparar a visão de futuro que o
diretor tinha nos anos 60 com a que vivemos no nosso tempo. Trens suspensos em
monotrilhos, parecidos ao TGV francês de hoje, só que lentos e muito
balançantes. Desvio de função dos bombeiros, que punham fogo em livros, pois
não havia necessidade de apagar incêndios por serem as casas todas à prova de
fogo. Antenas de televisão nos telhados das casas que representavam a diferença
entre os alienados e os resistentes. Os alienados eram aqueles que ficavam em
frente às telas dos aparelhos de TV interagindo com elas numa espécie de
Reality Show e os resistentes, que preferiam ler, isso escondido dos bombeiros,
pois nesse futuro era proibido ler.
O ritmo lento do filme é outra característica marcante para
quem assiste, deixa-nos com a sensação de que nesse futuro as pessoas estão
constantemente vivendo num vazio e tédio existencial.
O filme me deixa a
impressão de que:
1- Sempre terá alguém para executar leis absurdas que limitam
o pensamento e a liberdade do indivíduo;
2- Sempre terá alguém que resistirá conscientemente contra
aquilo que oprime a alma humana;
3- Sempre terá alguém que, já consciente daquilo que o
oprime, levará a outro essa consciência que já possui;
4- Sempre terá alguém que se sacrificará para tornar-se um
símbolo de uma nova consciência;
5- Sempre terá alguém que não aguentará a consciência do
outro e, incomodado, fará algo para impedi-lo de continuar nesse estado de
consciência.
Ficha técnica:
Filme: Fahrenheit 451
Estúdio: Universal Studios
Tipo: Ficção Científica
Tempo: 111 minutos
Tipo: Cor
Ano: 1966
Tema: Ditadura
Contém: Violência
Idade: 14 anos
Filme: Fahrenheit 451
Estúdio: Universal Studios
Tipo: Ficção Científica
Tempo: 111 minutos
Tipo: Cor
Ano: 1966
Tema: Ditadura
Contém: Violência
Idade: 14 anos
Sinopse:
Num futuro próximo, em uma sociedade totalitária e opressiva,
a missão dos bombeiros é queimar todo tipo de material impresso, que é
considerado propagador da infelicidade.
Montag (Oskar Werner) é um bombeiro designado para queimar
livros proibidos até conhecer uma revolucionária professora que se atreve em
lê-los.
Montag é casado com a fútil linda (Julie Chrstie) e começa a
questionar tal linha de raciocínio quando vê uma mulher, Clarice (Julie
Christie em duplo papel), preferir ser queimada com sua vasta biblioteca ao
invés de permanecer viva.
Montag se torna um leitor compulsivo e começa a questionar a
linha de pensamento imposta pelo Estado, abandonando a sua forma antiga de ver
a vida.
De repente ele se vê como um fugitivo caçado, forçado a
escolher não apenas entre duas mulheres, mas entre sua segurança pessoal e a
liberdade intelectual.
Sobre o Filme:
Lançado em 1966, “Fahrenheit 451” é um clássico do cinema, do
genial cineasta francês François Truffaut, um dos grandes inovadores do cinema
de todos os tempos.
Primeira produção de Truffaut em língua inglesa, o filme é
uma fábula extraordinária em que a própria raça humana se transforma no terror
mais assustador.
Considerado um dos melhores filmes de ficção científica dos
anos 60, é hoje, cultuado por muitos admiradores no mundo inteiro.
O filme é uma adaptação da obra-prima do livro homônimo do
escritor norte-americano Ray Bradbury sobre um futuro sem livros.
Estrelando a vencedora do Oscar Julie Christie, Oskar Werner,
Cyril Cusack, Anton Diffring, Jeremy Spenser, entre outros.
“Fahrenheit 451 tem um
dos roteiros mais inteligentes e a melhor direção de uma adaptação literária
para o cinema que já vi.” – Gerry Carpenter.
Fonte: Ficha técnica,
Sinopse e sobre o filme – Capa do DVD.
Ivan Leite – 12 de
outubro de 2012 - Primavera
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