ADVERTÊNCIA: O texto que você vai ler são anotações de palestra. Embora me esforce para ser fiel as falas da palestrante, tem partes que meu texto parece descontínuo. Ouvir, se conscientizar e anotar é um processo que, às vezes, pela rapidez das colocações da palestrante, não se completa na escrita, a memória nos deixa "na mão". Para não perder todo um conteúdo, rico em informação, uso o recurso de frases soltas. Espero que a leitura seja de alguma forma proveitosa. Posto isso, fico aberto para sugestões de alterações ou complementações.
Mainumby III – 2010 - 24 de abril de 2010
Mainumby III – 2010 - 24 de abril de 2010
Centro de Formação de Educadores Sociais da Associação Comunitária Monte Azul – Rua Tomás de Sousa, 552 – São Paulo
Relatório de Ivan leite
1º. Semestre de 2010 – O desenvolvimento do ser humano - 1o. Setênio - Dos 0 aos 7 anos
Palestra: O primeiro ano de vida da criança
Palestrante: Renate Keller Ignacio
A palestrante iniciou sua exposição fazendo uma comparação entre o ser humano e o animal. Disse que o animal, diferente do homem, já nasce pronto e que separado de sua mãe cria-se sozinho. Já o ser humano recém nascido depende inteiramente de alguém que o cuide.
Complementou dizendo que a criança nasce aberta ao mundo; que cria vínculos com a família e com educadores e é dependente da parte cultural da sociedade.
Entrando no tema da palestra propriamente dita: “O primeiro ano de vida”, a palestrante diz que duas coisas importantes acontecem nesse período, a primeira: ela aprende a explorar o ambiente em que está, locomove-se e começa a tomar conta do próprio corpo observando-se e tocando-se; a segunda: aprende os movimentos. Essas duas aprendizagens são importantes para o ser humano em formação, pois reforça a idéia do “eu posso”.
A palestrante nos alerta que, nesse período, o simples fato de alguém falar: “você não é capaz”, leva a criança a não ter uma resposta positiva em relação à necessidade dos movimentos.
Na sequência falou-nos sobre: Emmi Pikler, húngara, e sua atuação no Instituto Lóczy. Contou-nos sobre o trabalho Emmi nos berçários do Instituto e nos colocou que Emmi afirmava o seguinte: “se a criança tiver uma relação forte com uma pessoa, ela se força a fazer movimentos.” O ato da criança de forçar-se a fazer movimentos por sua própria vontade garante a esse ser, nos próximos anos de vida, uma segurança existencial maior comparada a outros seres que não tiveram contato com esse método.
Renate falou-nos que Emmi foi descoberta por meio de uma pesquisa realizada com ex-internos do Instituto. Na pesquisa descobrira-se que esses internos tinham uma segurança existencial maior em comparação a outras pessoas que não tinham tido contato com esse gesto.
Passando à parte prática da palestra, Renate nos conduziu num exercício vivencial que consistia em passarmos por crianças para experimentarmos as sensações que elas sentem no seu primeiro ano de vida.
Iniciado o exercício, ficamos de costas, de lado, de bruços, nos arrastamos, engatinhamos, ficamos em pé, andamos e corremos. Posso afirmar que a experiência pela qual passei ampliou minha visão de mundo em relação à criança desta idade, pois experimentei as sensações que elas sentem e isso, sem dúvida, fará uma diferença enorme, daqui para frente, no trato que terei em relação a elas.
Emmi dizia que não deveríamos puxar as crianças para nós e sim observar o prazer delas ao repetir os mesmos movimentos, várias vezes, de se levantar e andar. Deveríamos respeitar o momento da criança.
MÉTODO DE EMMI PIKLER:
Fazer tudo para criar uma boa relação com a criança;
Conversar com os olhos nos olhos; no berçário não fazer como se fosse uma produção;
Falar com a criança e falar para ela o que vai ser feito;
Ter sempre em mente que essa criança é um ser humano;
Ao pôr uma blusinha na criança, esperar para ver se ela vai fazer um gesto para vesti-la, pois isso fortalece a vontade da criança;
Não fazer os movimentos com a criança antes de ela ter conquistado;
Carregá-la deitada até que ela se levante;
Não usar bebê-conforto, nem barrigueira, pois ela não faz esforço e ao mesmo tempo usufrui sem conquistar...
Se quisermos crianças com força de vontade precisamos disso.
Ivan Leite - Santo André - 07 de maio de 2010 - Outono
Para saber mais:
Clique: O que é Mainumby
Clique: Método Emmi Pickler
Anotações de Palestra - Mainumby - III - 2010
1a. Palestra: Clique: Biografia Humana
2a. Palestra: Clique: O primeiro ano de vida da criança - I
3a. Palestra: Clique: O Primeiro ano de vida da criança - II
Para saber mais:
Clique: O que é Mainumby
Clique: Método Emmi Pickler
Anotações de Palestra - Mainumby - III - 2010
1a. Palestra: Clique: Biografia Humana
2a. Palestra: Clique: O primeiro ano de vida da criança - I
3a. Palestra: Clique: O Primeiro ano de vida da criança - II
Um comentário:
Essa dependência do ser humano recém nascido fica muito bem ilustrata pela história real de Kaspar Hauser. Ele foi vítima da exclusão social, aprisionado desde os seus primeiros anos.Essa condição o privou do desenvolvimento da fala, do andar ereto, do raciocínio, e somente aos quinze anos foi libertado e exposto ao convívio em sociedade. Essa história pode ser vista no longa metragem de Werner Herzog de 1974: "O enigma de Kaspar Hauser". Vale a pena conferir. O ser humano se desenvolve por meio dos exemplos de seus iguais e tem a vida inteira para se construir.
abraço
Ana Lúcia Machado
www.clarear24x7.blogspot.com
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